
O poema é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas são que eles não tem.
Assim nas calhas de roda
Gira, a entreter razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas são que eles não tem.
Assim nas calhas de roda
Gira, a entreter razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Postado por: Luiz Fernando
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